Alerta aos amigos

No dia 20 de Julho fomos eu,minha mulher e minha filha na Churrascaria Adega do Sul na Avenida do Contorno em Belo Horizonte.Paramos na porta,descemos do carro e o manobrista da churrascaria me pediu a chave do carro a fim de levá-lo ao estacionamento.Respondí que a chave estava dentro do carro no console e o carro ligado.Entramos no estabelecimento enquanto ele levava o carro  para estacioná-lo em outro local que não a garagem existente no proprio predio da churrascaria.Saboreamos o nosso fondue e dei o ticket do estacionamento ao garçon para agilizar a disponibilização do veiculo.Chegamos na calçada e o carro foi trazido,agora da garagem do proprio predio por outro manobrista diferente do anterior.Pegamos o carro e deixamos o local.Cerca de dois quilometros depois ao levar a mão ao console e pegar o chaveiro percebi que parte do chaveiro havia desaparecido e as chaves agora estavam colocadas na chave do veiculo.Este chaveiro era composto  da chave do carro em uma extremidade,um chaveiro  com cinco cubos metálicos cujas faces mostravam em cada um deles uma letra do meu nome  formando F.A.B.I.O.  ,conectado a`chave do carro e na sua extremidade tres chaves comuns.Não havia contato das tres chaves com a chave do veiculo.Este chaveiro me foi dado pela Maria Helena havia cerca de sete anos.Como troquei de carro resolvi colocá-lo  em uso.Era de baixo valor monetario e só tinha valor por ser um presente.Constatado sua ausencia resolvemos retornar à churrascaria Adega do Sul.Após conversar com os manobristas,mandei chamar o gerente  e ,na presença deles,relatei o ocorrido.O primeiro disse que quando pegou o carro a chave estava na ignição.Uma inverdade.A chave é de presença e fica no console,sem necessidade de colocá-la  na ignição.O segundo manobrista alegou que quando pegou o carro achou o chaveiro estranho sem dar maiores detalhes.Disse ainda  que o tal chaveiro poderia estar caido dentro do carro.Respondi que só por milagre as chaves  que estavam na extremidade do chaveiro desaparecido agora,espantosamente  surgiriam acopladas à chave do carro.O cara por esperteza ou por deficiencia de inteligencia voltou a insistir nessa possibilidade.Deixei meu numero de celular com o gerente que me prometeu um retorno sobre o caso.Esse retorno veio hoje,29/07, 9 dias após o ocorrido.Suas palavras:”infelizmente ,após  analisar as cameras de segurança  não foi possivel determinar  o que tinha ocorrido e,que portanto não poderia ser imputado a ninguém  o roubo do chaveiro.” Se dispôs a  mandar fazer um novo chaveiro para sanar o problema.Declinei da oferta,dizendo que  a perda do chaveiro era perfeitamente superável,mas que o roubo de maneira alguma eu  poderia superar.Relatei-lhe que nossa familia era cliente antiga da Adega do Sul ,sendo minha esposa conterranea dos proprietários.Ambos eram de Cruz Alta no Rio Grande do Sul .Disse também que haviamos decidido que jamais retornariamos àquele estabelecimento em virtude da quebra de confiança   manifestada.A permanencia de  uma pessoa desonesta entre os membros da equipe é fator mais que suficiente  para reforçar nossa atitude.E disse mais;”hoje foi um simples chaveiro;amanhã poderá ser um chaveiro mais valioso ou mesmo o esquecimento de um celular,uma carteira ,um tablet,quem sabe.

Agora,quem quiser se arriscar……..

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Passeio por um Brasil Olímpico

 

Começando pela solenidade de abertura da Rio-16, antes precedida por   receios de toda ordem e que  ao fim e ao cabo da mesma nos sentimos realmente    orgulhosos e comovidos com sua beleza e simbolismo  e, na sequencia ,acompanhando o desenrolar  dos jogos  ,fica a certeza do sucesso   dessa  festa universal  dos jogos  olímpicos  da Cidade do Rio de Janeiro.

É comovente   ver o empenho de cada atleta,de todas as nacionalidades, na busca   pela conquista daquelas medalhas,cuja  cor  ou material trazem consigo historias   fantásticas  de   sacrifícios ,de superação ,renuncias  e escolhas  .Nós expectadores sabemos e também o sabem os atletas que  só há duas possibilidades:vitoria ou derrota.Não há meio termo.Mas que sempre há de prevalecer o espírito olímpico.Aí reside toda a beleza das Olimpíadas.No final serão todos vencedores;com medalhas ou não.

As histórias de Rafaela,do Thiago, do Robson Conceição não são historias só deles. Há, por este Brasil continental  milhares de Rafaelas,de Thiagos ,de Robsons  travando diariamente suas batalhas   certamente tão ou mais dramáticas e heróicas que aquelas  travadas nos tatames ,nas pistas ou nos ringues.

No momento em que se encerrarem esses Jogos Olímpicos  terá inicio um novo ciclo de quatro anos até  Toquio em 2020.Mas é preciso que o Brasil  tire dessa Rio-16 as lições  que ela certamente proporcionou.Não só lições esportivas,mas,principalmente lições de cidadania ,de consciência cívica;que as pessoas levem para a vida cotidiana  o aprendizado da ética,da lealdade ,da dignidade   e da   decência ;valores esses que o esporte tão magnificamente  sabe difundir.

Ontem,vimos com tristeza , ruírem nossas esperanças  no futebol  e no volei femininos.É justo e meritório que celebremos e honremos essas garotas que tão  bem souberam defender as cores pátrias.Deram o melhor de si e  mostraram o verdadeiro espírito olímpico.

No futebol feminino talvez não tenhamos mais a Marta.Talvez isso não seja de todo ruim. Com certeza não teremos   a incansável Formiga  ,modelo de atleta que ,acima de tudo ,joga para o time.Outras jogadoras virão e o Brasil feminino  será mais solidário e competitivo.

No vôlei  será necessário uma reformulação mais  estrutural.Independentemente  do resultado nas  Olimpíadas, acho que o vôlei está precisando de novos   valores fora da quadra.Não creio que Zé Roberto e Bernardinho tenham algo mais a oferecer.Os conceitos de ambos estão   irremediavelmente fossilizados.Lembrem-se que em 2012 em Londres,com uma única mudança tática( a colocação do  meio de rede Museski como ponteiro) , o técnico russo  desmontou o time do BernardinhoFazer inversão de 5-1 é muito pouco.é preciso que haja outras alternativas,principalmente táticas. .Ontem no feminino , a técnica chinesa Pin,após sofrer uma derrota acachapante no primeiro set, simplesmente remontou a equipe de forma brilhante e, pasmen—com o jogo em andamento!Foi como trocar o pneu de um carro em movimento.Enquanto isso nosso treinador se limitava a  colocar a Gabi para sacar!Não sabia o que fazer!Acertou em colocar a Juciely,mas a concepção de jogo permaneceu a mesma; e o time ficou à mercê das chinesas.

.Acho que já deram uma inestimável contribuição ao vôlei nacional Já é hora de darem lugar a novos treinadores e a novas idéias.

PETI

Aqueles cuja trajetória de vida  se confunde com a  da terra onde  nasceram e cresceram entenderão sem nenhuma dificuldade  o significado  da narrativa   que aqui começo:

A presença de animais ao nosso redor sempre foi vista como  um misto de companheirismo,de parceria de solidariedade recíproca.Assim sempre convivi com cães e gatos  trançando em meio a nossas pernas.Se lá atrás  nos meus quatro ou cinco anos  o Uísque deu inicio a essa tradição,ela veio se mantendo viva através do Jango,um pastor alemão,da Furrequinha,depois simplesmente Quinha,da Lolita I,uma gata morena de olhos verdes, que vivia a andar pendurada no pescoço  da Emilia,nossa cozinheira.Isso na década de 60.Depois de me casar  essa tradição continuou com a chegada do Pango—um Cocker spaniel de pelagem dourada e do Jimmi outro Cocker mas de pelagem preta.Essa turma foi ficando pelo caminho seja pela idade ou por doença .

Já aposentado e morando  em Belo Horizonte,surge minha filha e o namorado ,trazendo do Rio uma cadelinha da raça Cavalier  para o seu convívio.Bonnie viveu 15 anos,vindo a falecer em  março deste ano.Seus últimos tempos foram muito difíceis.Cardíaca,tinha crises de desmaios e dava muito trabalho.Mas nunca lhe faltou atenção médica e muito carinho.Um dia minha filha a deixou dormindo e quando retornou encontrou-a  na mesma posição.Ela tinha serenamente ido embora.Sem dor  e sem sinais de sofrimento.Foi cremada no dia 18  de março.

Mas a tradição continuou.

Um dia,voltando da fazenda ,lá por volta de 2000 me  deparo com uma gatinha  na minha sala.Fui logo perguntando o que era aquilo.A resposta de minha mulher veio rápida:”passei em frente uma loja e vi essa coisinha em pé com as patas na jaula quase a me implorar que a tirasse de lá.Tirei.”Muito bem,e agora?Agora a gente precisa escolher um nome  pra ela,disse minha mulher.Olhei bem  pra gatinha e pensei:dorso escuro,barriga branca e olhos verdes.Ela será nossa Lolita.

Lolita mora  até hoje conosco.

Um dia ao voltar de uma viagem eis que novamente me deparo com outro felino em minha sala.Não acredito que vocês arrumaram outra gata.Não é gata ,é gato e é castrado. Alem disso vivia junto com a Bonnie,eram amigos e brincalhões.Foi a única explicação que ouví.Lolita também precisou ser castrada de modo que daquele mato não sairia gato algum.Simpatizei com o gato logo de cara e por uma razão muito simples;era todo branco e  de olhos azuis da cor do céu.Pensei:mais um cruzeirense  na casa  .Petkovich  foi gradativamente conquistando a todos.Era um gato altamente sociável.Adorava um colo.De quem quer que fosse.Até de visitas.Muito folgado o Peti.Qualquer um da casa que estivesse deitado no sofá era candidato certeiro   a fornecer-lhe um colo.Ele subia no sofá,deitava no peito  do dito cujo e, como a pedir desculpa pela ousadia estendia a patinha direita e acariciava -lhe o rosto   delicadamente.Era uma figuraça esse Petí.

Há dois anos  ,já com treze anos começou a perder a visão e a audição,acabando por ficar cego e surdo por completo.Ai´nossa rotina mudou por completo.Nada podia ser mudado de lugar;os móveis  as vasilhas de água,as caixas de areia.Mas mesmo assim de vez  em quando ele se perdia.Aí nós o colocávamos em um ponto que lhe permitia se reorientar.Já não corria ou pulava em lugares altos acarretando uma severa perda de massa e força muscular.A decadência foi inevitável.Nos últimos meses  era só pele e osso.Como ele adorava tomar sol,nós o  ´colocávamos em sua caminha  e  a movíamos  acompanhando a trajetória do sol ao longo de nossa sala.Semana passada após quatro dias sem comer,só bebendo um pouco de água o Pitico foi levado ,neste sábado, uma vez mais ao veterinário.Recebeu medicamento e soro.Mas o prognóstico era irreversível.Domingo de manhã  ,mais uma vez o peguei,ele  me reconheceu e o levei para o sol.Acho que esse foi seu ultimo   ato consciente..Passamos,eu e minha filha, o resto da tarde  fazendo –lhe afagos .Como Maria Helena não estava aqui,pegamos um agasalho dela , o enrolamos nele ,para que ,pelo faro ele a sentisse.Ás 16h33min,após quatro tentativas de buscar o ar o Pitico partiu.

Fico com a noticia que minha filha,entre lágrimas ,mandou para a Maria Helena:”Após quatro tentativas de respirar o Pitico  partiu e foi brincar com a Bonnie.”