Você caro leitor, ao ler o título acima pode imaginar tratar-se de tema político.Mas não é.Quero hoje me dedicar a um esporte que me agrada ,e muito.Me refiro ao Voleibol.Após as Olimpíadas de Los Angeles ,na qual o Brasil foi medalha de prata no voleibol masculino,esse esporte começou a ganhar espaço ,primeiro nos ginásios do País ,depois ,na midia ,para finalmente cair nas graças de todo um povo.Nos primórdios o nosso volei não tinha expressividade nas quadras internacionais.Não éramos suficientemente fortes e competentes nos confrontos com outros países.Mas ,em 1992,nas Olimpíadas de Barcelona o Brasil mostrou a sua cara com uma geração brilhante que.ali conquistou a medalha de ouro.A partir dalí nos tornamos grandes.Mas sabíamos de nossas deficiências ,principalmente quanto à estatura de nossos jogadores.E aí veio a jogada de mestre de nossos dirigentes.E todos hão de se lembrar de ouvir noticias de que estava vindo por aí uma geração de jogadores juvenis cuja estatura girava em torno de , nada mais nada menos que dois metros de altura.E é essa geração e as que a sucederam que hoje representam tão magnificamente o voleibol masculino brasileiro.
Em contra partida o mesmo não aconteceu com o nosso volei feminino.Acompanhei,nessa tarde, a partida entre Estados Unidos e Itália.Um duelo de alta qualidade,disputado em cinco sets,duríssimos e equilibrados.Mas o que mais me chamou a atenção não foi o resultado, mas os elencos das equipes;são jogadoras jovens e desconhecidas ,que estão sendo preparadas para, num futuro próximo substituir as jogadoras dos respectivos elencos principais.E como são altas!Isso não é um fenômeno isolado ou aleatório..Todas as grandes equipes do Hemisfério Norte adotaram essa politica de renovação ,sempre com foco na altura das jogadoras, sem se descuidar do aspecto técnico.Italia, Servia,Holanda,Polonia e outras nações hoje implementam essa estratégia:qualidade técnica e altura.E o Brasil?Nossas políticas,se é que existem são as mesmas de dez, quinze anos atrás.Nossos dirigentes não tiveram, no feminino,os mesmos cuidados que tiveram com o volei masculino.E ,vou além.Parte da responsabilidade pela completa ausencia de politica de renovação ,com objetivo de elevar a formação de atletas de maior envergadura e de forte potencial técnico cabe ao atual treinador.De forma inacreditável esse senhor comanda a seleção brasileira feminina há mais de 10 anos.E ,pasmem,jamais,em tempo algum, foi capaz de desenvolver um projeto de renovação e de reestruturação da equipe feminina,preparando-a para os desafios de agora.Enquanto outras seleções promoveram ,ao longo dessa década, reformulações sucessivas de seus elencos,enviando para os diversos torneios equipes de futuras promessas,nosso treinador fazia o contrario:comparecia com o que tínhamos de melhor,sempre com o intuito de faturar titulos,que certamente iriam enriquecer seu currículo e garantir o seu emprego.Ainda agora,este ano, as principais estrelas do circuito mundial , estão preservando e treinando suas equipes principais com vistas às Olimpíadas de Toquio em 2020 e enviando para os diversos torneios ,aí incluidos Liga das Nações e Campeonato Mundial, suas equipes mais jovens . E nós estamos lá na Liga das Nações com o que temos de melhor.O preço disso pode nos sair muito caro.É tremendamente incerto o sucesso de nossa seleção atual frente a essas novas gigantes do voleibol mundial.É urgente que nossos dirigentes comecem já a promover uma reformulação de metas e objetivos de nosso voleibol feminino,sob pena de passarmos a meros figurantes no cenário internacional. E de preferencia com outro treinador,com maior competência e visão mais atual e moderna da arte de jogar voleibol.E não se iludam,levará mais ou menos uma década para recuperarmos o tempo perdido.