A Superliga Feminina de Volei chegou ,ontem em Uberlandia, ao seu final.Não há o que contestar do resultado , por sinal meritório, alcançado pelo Minas Tenis Clube, através de uma equipe magnificamente treinada pelo italiano Stéfano Lavarini.Alías esse treinador merece um comentário especial.Quem viu sua entrevista apresentada pelo Sportv pouco antes da partida se surpreendeu.Este foi o meu caso.Ao ser perguntado sobre o que mais gostava no jogo de volei ,Lavarini nos brindou com uma resposta,no minimo inesperada.Disse ele:”o embate entre as equipes não me interessa.O meu embate sempre será contra os treinadores que enfrento.São eles que quero derrotar”.E, nessa temporada da Superliga que ora se encerra, foi o que ele mais fez;derrotar treinadores.Só o Paulo Coco do Praia foi derrotado umas 5 vezes ao longo do ano.Há, por detrás dessa visão do Lavarini muito mais do que uma filosofia de trabalho.Ao derrotar Paulo Coco com tanta frequencia Stéfano Lavarini levou à lona todo o trabalho do treinador praiano.O único mérito do Paulo foi trazer o time do Praia até as finais.É justo reconhecer isto.Mas os pecados do Praia Clube foram muito maiores que suas virtudes culminando com a derrota,em casa, levando-o à perda do título.As oscilações do Praia ao longo da temporada, muito acima do que era lícito esperar, mostram que o trabalho foi aquém do esperado.Nos confrontos diretos que valiam titulos o Praia naufragou de forma inapelável.E o mais surpreendente de tudo é que não houve por parte do Praia qualquer alteração no seu modo de jogar.Não percebí na equipe ou no seu treinador qualquer tentativa de inovar,de surpreender , de mudar o saque ,de orientar sua levantadora quanto às escolhas feitas.Foi tudo sempre do mesmo jeito.Isso só mostra o quanto nossos treinadores estão obsoletos, parados no tempo , sem evoluções no modo de treinar uma equipe.Por fim, nossos parabéns a todas as atletas,Comissão Técnica e ao próprio Minas Tenis Clube pelo feito de ontem a noite.O titulo está em boas mãos!
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Uma viagem pelo mundo do voleibol
Acompanho o voleibol brasileiro desde os primórdios dos campeonatos nacionais masculino e feminino.A equipe do Sada Cruzeiro me encanta pela magistral trajetória e pelos títulos conquistados do mesmo modo que o Minas de outrora me encantava com Cristina Pirv quando dominou o cenario feminino da Superliga com o fantástico L´áqua de Fiori. Hoje com o Praia Clube de Uberlandia ,retorno às minhas origens triangulinas ,mas sem perder de vista o glorioso clube do bairro Santo Antonio de BH.Ao longo de tantas temporadas e tantos jogos acompanhados a gente acaba percebendo algumas coisas que extrapolam o limite das quadras e alcançam o território inóspito e desagradável do comportamento humano frente aos desafios e cobranças que o cotidiano do mundo esportivo impõe.A própria midia especializada exacerba essas cobranças quando endeusa certos treinadores , outorgando-lhes uma genialidade que não possuem.Há um certo treinador que me desagrada profundamente pela maneira imprópria , inadequada e, no minimo deselegante e desrespeitosa de conduzir seu trabalho dentro da quadra.Ele tem por prática desqualificar as atletas do adversario ao instruir sua equipe.Já o vi fazer isso , e isso foi há muitos anos , quando , na quadra do Minas – e eu estava lá- ao instruir sua equipe teceu comentarios depreciativos sobre as qualidades da levantadora Gisele ,da equipe adversária.Assistí perplexo quando tratou a levantadora Claudinha,então sua atleta, de forma humilhante , perversa e covarde , inclusive afastada das demais do grupo, ao .vivo e a cores para todo o Brasil.Um verdadeiro show de horror!Ainda ontem, no jogo contra Osasco, por mais de uma vez, fez críticas ao saque da Waleuska ao reclamar da incapacidade de suas atletas em recepcionar “aquele saque”.Reclamou novamente de suas atletas por não dominarem uma rede “sendo que do outro lado estavam Claudinha e , quem diria? A Waleuska.” Isso tudo sem se dar conta que Waleuska, com todo o seu talento e classe, detonava a equipe dele.Esse senhor ao que parece, acredita mesmo que é o máximo..Suas instruções são feitas com a mão à boca, certamente para que o microfone do reporter não divulgue para o mundo “suas fantásticas dicas” .Ou então ele tem problemas bucais. Acredito mais na primeira hipótese . Esse cara não tem nada de genio.Pouco antes da Olimpiada de Londres assisti sua entrevista a um reporter e,quando questionado disse que a levantadora Fernandinha , por ele convocada seria fundamental às pretensões da seleção. Vale ressaltar que a Fabíola foi considerada a melhor levantadora da temporada e não foi chamada.Disse tambem que Natalia seria importantíssima nas partidas que viriam.Resultado:Fernandinha mostrou-se uma negação sendo substituída pela Dani Lins e Natalia não pôs o pé na quadra – foi levada sem a minima condição de jogar. A seleção quase foi eliminada e,não fosse uma reunião das atletas a portas fechadas e sem a presença dele, não teria havido aquela reação que levou à conquista do ouro olimpico. E aí o cara volta como genio!É brincadeira!Parte dessa imagem é de responsabilidade dessa midia especializada , que se cala ou finge que não vê quando esse senhor ofende atletas ou as desqualifica.E ,muitos desses comentaristas foram atletas.Deveriam ser os primeiros a reprovar essas atitudes.É visivel que suas broncas são seletivas.Ele jamais se dirigiria a uma Ana Moser,Fernanda Venturini,Virna ,Leila ou a qualquer dessas estrangeiras que hoje jogam a Superliga Feminina nos termos que usa com outras jogadoras não tão estreladas.Pra finalizar,espero que,tanto Minas quanto Praia não tenham a infeliz idéia de ,algum dia, trazê-lo para cá.Isso tudo me faz lembrar de um fato ocorrido com o Levir Culpi,então técnico do Atletico Mineiro:ao promover uma substituição foi homenageado com o grito de burro!burro! pela torcida enfurecida.Mas com sua mexida o time acabou virando o jogo.De forma divertida Levir acabou escrevendo um livro.O título? “Um burro com sorte”.É mais ou menos por aí.
Uma frigideira fora de lugar
Recebi hoje através de rede social video de solenidade de formatura de uma turma de Letras em uma Universidade brasileira.Ele mostra o discurso da paraninfa dirigido às formandas.Assisti ao video mais de uma vez para tentar captar o máximo possivel do ambiente em torno da discursanda.Trata-se de uma senhora, logicamente professora desta turma, que faz um discurso honesto, que a leva , pelas lembranças de sua trajetória,a se emocionar e a até interromper por segundos sua fala.Vê-se tratar-se de uma pessoa sensivel ,emotiva e querida por suas apadrinhadas e certamente merecedora das homenagens que a ela seus alunos prestaram.Mas ,me chamou a atenção o que me parece ser o nucleo central de seu discurso.Ela diz:” se você encontrar uma frigideira no seu banheiro ,em cima do vaso sanitário,ela seguramente estará fora de lugar.Um religioso no Congresso,um militar na política ou um político trasvestido de herói,são coisas fora do lugar”.E aí ela continua seu discurso falando do valor dos livros ,da liberdade de pensamento e por aí vai.Foi um bom discurso se considerarmos seus aspectos periféricos que escapam do nucleo central do discurso.
E, aqui,me distancio de sua solenidade para me fixar nas ‘coisas fora de lugar’.Quero deixar bem claro que não vai aqui nenhuma crítica à autora do discurso.Não a conheço e não pretendo aqui,neste espaço fazer qualquer observação sobre seus posicionamentos ou opiniões pessoais.O que não significa que concorde com ela.Mas fica claro que ela expressa uma tremenda marginalização e discriminação de parte ponderável da sociedade brasileira.Não é aceitável que se outorgue a alguns cidadãos certos direitos e suprima esses mesmos direitos aos demais.Por isso o tema é um convite à reflexão.Uma pergunta me aguça o pensamento:será mesmo que religiosos no Congresso,militares na política ou políticos heróis ou messiânicos são coisas fora do lugar?Caio Julio Cesar era militar e político tendo construído lá na Antiguidade o maior e mais vasto imperio daquela época.Napoleão Bonaparte era militar e político, tendo com sua habilidade transformado a geo-política de Europa de fins do seculo 18 e inicio do seculo 19.Ele foi o responsável direto pela vinda da Familia Real Portuguesa para o Brasil em 1808.Otto von Bismarck ,político e militar foi o grande arquiteto da diplomacia alemã do seculo 19.Padre José de Paris,eminencia parda de Jean Marie du Plessis du Richelieu- Cardeal Richelieu – era da ordem dos Capuchinhos.Brilhante estrategista político, foi o responsável por travar todas as potencias europeias de então até que a França se tornasse ,ela mesma ,uma potencia.Agora,em tempos mais recente,temos a figura emblemática de Martin Luther King,pastor da Igreja Batista e ativista político admirado por todos nós.Se olharmos a História dos Estados Unidos veremos que vários de seus maiores presidentes foram militares:George Washington e Eisenhower eram generais,Lincoln era capitão,Theodore Roosevelt era coronel,Kennedy era tenente e muitos outros.E o que dizer do General Charles deGaulle,no século passado?Comandante das forças francesas fora do território da França enquanto ocupada pelos alemães,tornou-se o fundador e lider da Quinta República Francesa do pós guerra e cuja Constituição vigora até hoje.São inúmeros os exemplos de religiosos,militares e políticos com presença relevante na História da Humanidade.
Creio que pelo fato de serem religiosos, ou militares, ou políticos pseudo heróis, não se pode negar a eles as prerrogativas , direitos e deveres de serem cidadãos como qualquer outro cidadão brasileiro.Não é a batina ou a farda ou o terno que faz dessas pessoas seres inadequados ao exercício da política.Pastores,padres e ministros da fé são em geral pessoas aptas e conscientes de suas qualidades.Os militares também são,ao longo de suas carreiras , ao longo de suas evoluções hierárquicas,treinados e instruídos adequadamente inclusive no estudo dos Objetivos Nacionais Permanentes e, na maioria se tornam políticos somente quando passam à Reserva.É uma visão míope , pobre e destituída de senso lógico, tentar desqualificar religiosos ,militares e politicos , não importam quais sejam suas posições no espectro politico.Não são cidadãos de segunda classe!São cidadãos.Ponto final.