Usigole – 25 Anos

A historia dessa confraria notável e única começa a ser construída nos primórdios da década de 60,quando, em 27 de outubro de 1962,um dia após o seu acendimento, a primeira corrida de gusa do Alto Forno 1 derrama no canal aquele liquido incandescente ,tal qual o sangue a percorrer as veias daqueles que começaram ali a concretizar o velho sonho dos mineiros . A Confraria , sem o saber ou imaginar, começava ali,naquele momento magico ,a tomar corpo na figura daqueles jovens empregados cheios de coragem , esperanças e vontades. Assim como para a propria Empresa e seus funcionarios,tudo era novidade e desafio.A convivencia de duas culturas totalmente distintas em seus hábitos e costumes seria posta a prova dentro da Usina e fora dela. Não obstante os desafios, aquele liquido incandescente seguia seu curso,se transfomando em cada momento das etapas do processo, se moldando para alcançar o objetivo final.Da mesma maneira , a atividade humana também seguia o seu curso,criando laços que permitiam perceber ,ainda que tênue ,que um forte espirito de corpo ali estava surgindo . A maioria dos membros dessa Confraria começa a chegar á Empresa no final da década de sessenta e inicio dos anos setenta. Em 1971 a Usiminas, com capacidade instalada de 500 mil ton/ano , fecha o ano com uma produção recorde de 900.000 toneladas de aço e passa a operar com sucessivos lucros operacionais.Ainda em 71 a Usiminas inicia a implementação dos diversos planos de expansão de 1,4 ,2,4 e 3,5 de toneladas/ano que ao seu término a conduziriam à produção de 4 milhões de toneladas ano.

Por outro lado, esse corpo de jovens recém chegados, numa perfeita e crescente simbiose , vai paulatinamente se moldando às filosofias empresariais proprias do processo evolutivo que a Usiminas incorporou e que a tornaram única no cenario nacional. Do mesmo modo esse grupo de pioneiros e jovens, também promove a formação da imagem da Usiminas moldando-a também ,cada um a seu tempo e modo, com seus valores individuais de responsabilidade ,ética ,competencia e amor à camisa , tornando -a empresa unica e modelo de gestão empresarial reconhecida internacionalmente.

E assim, terminadas as tarefas de cada um, cumpridas com louvor , entrega e honra resolveram , há 25 anos atrás, voltar a se reunir ,não mais com tarefas a cumprir.Estas, devidamente encerradas ,agora somente nos embalam nas conversas quinzenais nos encontros fraternos dessa fantástica e única Confraria Usigole.

As carpideiras do mal

As cenas patéticas ,ao vivo e a côres , proporcionadas pelos jornalistas(?) da Globo News nos seus devaneios melancólicos sobre os eventos do sete de Setembro me levaram a tempos passados vividos por essas figuras.Trago da memória o dia do resultado das eleições de 2010,quando, no comitê da vitória, de Dilma Roussef, eu a ouví pela primeira vez.Eu nunca a tinha ouvido antes. Fiquei em estado de choque ao perceber que o país seria governado por uma mulher completamente confusa,desorientada e desconexa,incapaz de formular qualquer frase com começo,meio e fim.Com sujeito,verbo e predicado.Coisinha simples.No dia seguinte,parcialmente refeito do susto,escrevi um email à senhora Eliane Cantanhede manifestando minhas reais preocupações com o futuro tenebroso que nos aguardava. Ela respondeu ao email dizendo textualmente:” é,né mas ela foi eleita “.E mais não disse.Não me pareceu preocupada com o País ou com o que estaria por vir.A partir daí minha luzinha de alerta se acendeu e pensei: essa turma não está nem aí para os destinos do povo e da nação.Então chegamos em 2018 e assistimos a famosa cena mediúnica da Miriam Leitão no final da entrevista do então candidato Bolsonaro.Como uma boneca de ventriloquo a dita jornalista(?) nos proporcionou aquela cena hilária de tentar inútilmente rebater o fechamento da entrevista feito pelo Bolsonaro , repetindo sempre com um certo delay, o que lhe ditavam pelo ponto eletrônico.Parece que a tal boneca era, na origem, uma taquígrafa tal a sua fala ritimada.Eleito o novo presidente , resolveram entrevistar o Flavio Bolsonaro. Coube à Natuza Nery ser a protagonista do próximo vexame. E ele veio rápido.Questionando o entrevistado sobre o elevado número de militares no novo governo, recebeu a resposta que merecia.Aspas para o Flavio:” claro que tem muitos militares no governo; se fosse para colocar ladrão e vagabundo teríamos votado no PT.”. Agora recente dona Miriam Leitão soltou a seguinte pérola na telinha: aspas para ela ” a redução no preço da gasolina é boa para o povo mas, há sempre um mas, ela é melhor para os ricos que podem encher os tanques de seus carrões.” Aí eu fiquei imaginando o Sicupira _ aquele que fretou um Antonov para trazer ao Brasil, um helicóptero por ele adquirido _ chegando em casa e dizendo pra patroa ” vou correndo no posto abastecer o carro pois a gasolina vai subir de preço”.Agora ,digo eu,” Meu Deus, o que essas jornalistas tem na cabeça?” E para não deixar passar em branco assistímos a Eliane Cantanhede se transformar em chacota nacional ao ser massacrada pela lancinante resposta dada a ela pelo candidato Tarcisio quando, ela tentou,sem sucesso constrangê-lo ,vejam só, com um maldoso comentário sobre a privatização do porto de Santos. E assim chegamos ao dia de ontem – 07/09/2022. Por pura curiosidade sintonizei a Globo News para ver qual seria o vexame da vez.Lá estavam Camarotti,Miriam Leitão,Natuza Nery,Eliane Cantanhede, Andréia Sadi e outros mais.Me acomodei na poltrona e pensei: com esse time aí a chance de ocorrer um vexame é grande Vou aguardar.Essa eu não posso perder.O ambiente armado mais parecia um velório.Tal qual carpideiras do mal, cada um ali desfiava seus lamentos e pragas dirigidas ao defunto ausente,hipotéticamente postado entre elas.Tal defunto virtual , suponho eu, seria ninguém menos que o Presidente da República Jair Messias Bolsonaro e seus milhões de seguidores espalhados pela Praça dos Três Poderes e alhures. É curioso e instigante perceber que essa súcia de jornalistas militantes não deem conta do ridículo a que se expõem.Afortunadamente para felicidade geral da Nação as mediocridades continuarão a pulular (verbo escolhido a dedo) por aí tornando a nossa vida mais divertida.E para finalizar retomo aquela frase de 2010 e digo : não gostam dele? é,né ! mas ele foi eleito!!

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Reminiscencias

Essa quarentena para nós que já passamos dos 70 , tem se revelado uma oportunidade singular de   nos voltarmos para nosso interior , relembrando fatos, estórias  e experiencias  por nós vivenciados ao longo de nossa trajetória pessoal e profissional.Ainda hoje vários de meus amigos do Usigole( Confraria dos Aposentados da Usiminas), resolveram abrir seus baús de vida e publicaram fotos daqueles tempos de outrora.Resolvi  fazer o mesmo.E saí pelo apartamento abrindo gavetas e armários em busca  de pedaços de minha história.E parte importante dessa história  ocorreu no Japão onde estive por três vezes,em 1975,1977 e a última em 1990.Foram experiencias incríveis que me permitiram observar como um País milenar promoveu mudanças  tão profundas no curto espaço de 15 anos.Um país que tinha em 1975 como âncoras de sua maior rede de TV , a NHK  três homens ,em 1977  2 homens e uma mulher e em 1990 2 mulheres e um homem; que em 1975 as garconetes fugiam dos ocidentais  nos restaurantes e que em 1990 se adiantavam para nos atender,na expectativa de treinar seu inglês, para ficar apenas nesses dois exemplos.Isso tudo ,era para mim, lições  de vida e de sabedoria daquele fantástico e acolhedor povo.Eu sempre tive como objetivo, não me prender apenas aos aspectos técnicos do meu treinamento;era parte obrigatória durante minha permanência naquele chão , tão diferente  de nós, tentar assimilar tudo aquilo que , no meu julgamento, me tornaria uma pessoa melhor ,mais consciente  e mais segura dos meus princípios.Os comportamentos, as atitudes, o respeito rígido aos horários e compromissos sempre me encantaram.Não fui, durante os seis meses que lá permanecí, vitima de desrespeito, de preconceito ou de indiferença por parte de qualquer pessoa.Eram para comigo amáveis e leais.E hoje, ao rever fotos daquela época me senti rejuvenescido  , nostálgico sim, mas tremendamente gratificado  por ter vivido com tanta riqueza  essa parte de minha vida.Daquela parte do mundo eu só trouxe  alegrias.A grande amargura que, ainda hoje sinto em relação aos japoneses não ocorreu lá.Em 1990, fui atendido dentro da Usina de Kimitsu por um jovem engenheiro e nos tornamos amigos.Convidado para um jantar em sua casa,conhecí sua jovem esposa e suas duas filhinhas.Fiquei imensamente feliz quando soube de sua vinda à Usiminas para nos fornecer assistencia técnica  na área de Caldeiras,sua especialidade.Terminada a   assistencia fizemos uma reunião final  para  ouvir suas recomendações.Seu relatório  concluía que nossas caldeiras estavam muito bem cuidadas e  chamava nossa atenção para nunca se descuidar da qualidade  no tratamento da água das caldeiras.A reunião final com a Chefia Geral da Usina e com todos os departamentos onde houve a presença de assistente técnico seria na sexta feira da semana seguinte.Nessa reunião cada assistente técnico fazia um breve relato de suas atividades e conclusões.Enfim chegou a hora do Satoshi Horita apresentar seu relatório, onde praticamente repetiu o que já tinha  dito  anteriormente.Aí a desgraça aconteceu!O chefe geral da Usina, recém  ocupante do cargo, pouco sabia de altos fornos,aciarias ou laminações e então nada perguntou dessas áreas,mas sabia tudo sobre caldeiras ,pois tinha sido o chefe dessa   área.Resolveu então que alí estava uma ótima oportunidade de mostrar seus conhecimentos.Ele fazia uma pergunta e o Horita respondia.Então ele fazia outra um pouquinho mais detalhista sobre aspectos pouco relevantes.E não parava e dizia coisas como …. mas e aquela válvula?e aquele parafuso?E o Horita foi se incomodando com aquele interrogatório e não sabia mais o que responder pois não sabia onde o chefe queria chegar com aquela insistência.E, vermelho de nervosismo, na ânsia de acabar com aquela situação,soltou  que na realidade as caldeiras estavam muito mal cuidadas. e poderia haver acidentes.Foi aquele constrangimento geral e o chefe dele falou que o relatório dele seria reavaliado.Conclusão:o relatório  foi confirmado mas o dano já estava feito.Ao retornar ao Japão Horita foi destituido de sua chefia e perdeu todas as chances de promoções futuras.Ao me encontrar com o Chefe depois da reunião lhe disse com todas as letras:” vc com toda a sua insistencia em mostrar conhecimento  simplesmente destruiu a vida de um excelente engenheiro japonês.” Virei as costas e fui embora.