O Peso de uma camisa

Alguem se lembra do número da camisa do Leonidas na Copa de 38? Ou do Zizinho em 50? Ou do Mauricio levantador da seleção brasileira no volei de outrora?Ou mesmo do magico William Arjona , levantador ainda recente do volei atual? Da Virna? Da Fabiana ? de Oscar?Arrisco afirmar que poucos guardam esses números na memória.Mas tenho quase certeza que todos nós sabemos quem foram esses atletas e o que de fantástico nos proporcionaram ao longo de suas vitoriosas carreiras. Seja nos gramados dos estádios de futebol, seja nas quadras de volei e basquete suas façanhas estão, para sempre eternizadas.Entretanto coube a outro genio do esporte estabelecer um novo paradigma de identificação dos heróis do esporte. Seu nome? Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido por Pelé. Numa espécie de simbiose mágica Pelé e a camisa 10 viraram uma coisa só. Quanto mais Pelé encantava o mundo mais a camisa 10 encarnava a imagem da genialidade. Com o passar do tempo a imagem se desgarrou do genio e passou a ter vida própria, e, todo aquele que a veste ,em qualquer esporte carrega em si a responsabilidade de mostrar talento. Assim, a expressão ”fulano é o camisa 10 da equipe ” se tornou emblemática, e, aquele atleta que leva o 10 em suas costas passou a ser, por principio, um atleta diferenciado.E isso ocorreu em outros esportes que não o futebol.Veja o exemplo da Gabi.Atleta fantástica do voleibol, uma das melhores do mundo na atualidade, capitã da seleção brasileira de volei, capitã de sua equipe na Turquia , ostenta em seu uniforme, nada mais nada menos, que o número 10.Mas fatos recentes no mundo do esporte parecem estar distorcendo o significado de camisas históricas e icônicas. Com a queda do Santos Futebol Clube para a serie B, um dirigente deste Clube informou que a camisa 10 , em respeito à sua história não será usada na próxima temporada, para preservá-la da humilhação. Talvez um dirigente mais iluminado pudesse ter uma visão diferente e dizer que a camisa 10 encarna toda a trajetoria do Rei e sua presença  ,longe de qualquer humilhação, representa a consagração de poderem, esses novos estádios secundários ver desfilar por seus gramados a camisa 10 santista ungida com a graça, a leveza, e a genialidade de quem foi o maior atleta de todos os tempos.

Também considero sem qualquer relevancia retirar dos estadios ou quadras de esportes camisas de certos atletas que marcaram época no clube.O melhor modo de eternizar esses atletas não é suprimindo suas camisas da visão do público., mas, pelo contrário, mostrando-as em suas quadras ou estádios ,para que estejam sempre lembrando aos seus torcedores os idolos de outrora. Aposentar a camisa 1 , como fez o Praia, não me pareceu uma homenagem justa à grandeza da Walewska. Teria sido mais significativo se os dirigentes praianos determinassem que sempre estaria presente em quadra uma atleta ostentando aquela camisa tão brilhantemente defendida por ela.Aí sim, seria uma homenagem permanente que nunca cairia no esquecimento.

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